30.6.02

Dia de Gibi Novo: New X-Men 126 e 127, The Filth 1 e St. Swithin's Day

Superdose de Grant Morrison. E - melhor ainda - The Filth não vem diluída como X-Men.

Eu gosto do trabalho de Morrison em X-Men. Afinal, ele é tremendamente superior a qualquer outro escritor que trabalhou no título nos últimos 20 anos (o "tremendamente" inferior não se aplica a Mark Waid). Mesmo sendo melhor que qualquer edição do título - e que o cara esteja obviamente se divertindo muito - , X-Men está muito longe dos melhores trabalhos do escocês.

A 126 foi o final da história com Cassandra Nova, amarrando as pontas do último ano. Obviamente, os X-Men derrotam a criatura incrivelmente poderosa. Uma das coisas legais é que, em momento algum, eles parecem ter nenhuma dúvida do seu sucesso.

A 127 é uma história com Xorn, o x-man mais novo. História típica: x-man sozinho vai atrás de mutante caçado pela população, quebra a cara, mutante caçado morre, x-man reflete sobre a vida. O melhor da edição é a arte-final, feita por Bill Sienkiewicz.

The Filth é aquilo que eu estava esperando desde o final de Invisíveis: um projeto pessoal de Morrison, sem encheções com cronologia, personagens requentados ou audiências adolescentes. O primeiro número lembra as coisas mais absurdas de Invisíveis, só que tudo é feio.

A história - que terá treze partes - começa com um ex-agente secreto sendo chamado de volta à ação. Primeiro, é claro, é preciso despachar a para-personalidade que ele assumiu. E, nas últimas páginas, a ameaça é apresentada.

Só tenho uma preocupação quanto a The Filth: que a série caia na auto-paródia e vire um remix de Invisíveis.

Completando a dose, Sr. Swithin's Day, um trabalho antigo de Morrison em parceria com Paul Grist. Uma história direta e sem pirotecnias - adolescente angustiado resolve matar Margareth Tatcher - mas muito bem escrita. O personagem principal e seus monólogos convencem, e as motivações para o assassinato também. Lembra um tanto Kill Your Boyfriend, mas muito mais simples.

Uma coisa em comum entre todas elas - e os trabalho de Morrison em geral - é o quão impactante as páginas de abertura das histórias são. Não acredita? Dá uma olhada. Não é mérito do artista, mas do escritor: por melhor que seja a arte, a impressão qeu tem algo acontecendo vem é do roteiro.